CEDESP – CEFOPEA celebra a formatura de seus primeiros padeiros e jardineiros

Nossos padeiros e jardineiros já estão prontos para o mercado de trabalho. No dia 11/12, o CEDESP CEFOPEA realizou a formatura das primeiras turmas dos cursos profissionalizantes em Jardinagem e Panificação, que tiveram duração de 6 meses e foram oferecidos gratuitamente.

Muito além da base teórica e prática, as formações buscaram desenvolver as relações interpessoais, bem como restabelecer e reforçar os vínculos familiares e comunitários, colaborando para que cada aluno possa transformar sua própria história com autonomia e protagonismo, superando os obstáculos da vulnerabilidade social.

Para ampliar o repertório dos estudantes, a equipe técnica do CEDESP CEFOPEA preparou diversas iniciativas ao longo do semestre, como visitas à Pinacoteca, ao Museu da Língua Portuguesa e ao Viveiro Manequinho Lopes, e contou com parceiros como a Universidade São Judas – Mooca e a FATEC Itaquera, que trouxeram conteúdo sobre saúde, elaboração de currículo e entrevistas de emprego.

As orientações sobre empreendedorismo e geração de renda ficaram a cargo do SEBRAE, que concedeu um certificado exclusivo pela formação nestes temas.

Os cursos já têm novas turmas previstas para janeiro de 2024, com aulas de segunda a sexta-feira, em duas opções de horário, das 8h às 12h e das 13h às 17h.

Para se candidatar às vagas, disponíveis para adolescentes, jovens e adultos em vulnerabilidade, basta se inscrever no CEDESP CEFOPEA, por telefone ou presencialmente, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.

CEDESP - CEFOPEA
Ariston Azevedo, 10 • Belenzinho • São Paulo - SP - 03021-020 • Tel. 11 2662.6030

Pão de Moça recebe visita da União Europeia e da Estratégia ODS

No dia 30/11, a Padaria Pão de Moça recebeu representantes da União Europeia e da Rede Estratégia ODS, que acompanharam de perto os resultados deste projeto da Associação Reciclázaro.

Denise Verdade, assessora no setor de Cooperação da União Europeia, e Thiago Battaglini, coordenador do Projeto de Fortalecimento da Estratégia ODS, foram recepcionados pela equipe da padaria e do CEFOPEA para conhecer as instalações.

Para deixar a manhã ainda mais especial, foram servidos pães e bolos fresquinhos produzidos no local.

A União Europeia e a Estratégia ODS tiveram papel fundamental no apoio a este empreendimento social, que já está realizando os primeiros testes comerciais de produção. Por meio do cofinanciamento promovido por estes parceiros, a iniciativa atende mulheres em vulnerabilidade social, oferecendo capacitação e espaços de trabalho para que possam gerar sua própria renda.

O projeto Padaria Pão de Moça - Mulheres de Coragem em Ação é uma iniciativa de desenvolvimento econômico local fundamentado em 6 pilares da Agenda 2030 da ONU, de acordo com os seguintes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: erradicação da pobreza; igualdade de gênero; trabalho decente e crescimento econômico; redução das desigualdades; consumo e produção responsáveis; e construção de parcerias e meios de implementação.

A ação também conta com o patrocínio da Fundação Elijas Gliksmanis e da Enel, além da parceria das instituições Morada do Sol, COR, Maria Maria e Lar de Nazaré.

Beneficiárias recebem capacitação para novos futuros na Padaria Pão de Moça

As beneficiárias do “Cooperativa Pão de Moça – Mulheres de Coragem em Ação” têm participado da capacitação neste projeto que conta com cofinanciamento da Estratégia ODS e da União Europeia.

O conteúdo envolve desde o preparo e a manipulação dos alimentos até a gestão do futuro negócio, a Padaria Pão de Moça, cuja reinauguração está prevista para setembro. Entre os cursos e atividades estão: empreendedorismo; nutrição e manipulação de alimentos; cooperativismo; elaboração de Estatuto e Regimento da cooperativa; além da importância dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

As 20 participantes foram reunidas com a associação entre a Reciclázaro, por meio da Casa de Marta e Maria, e as instituições Morada do Sol, COR, Maria Maria e Lar de Nazaré, como uma resposta para impulsionar o crescimento profissional de mulheres de baixa renda na liderança de empreendimentos sustentáveis, garantindo condições econômicas e sociais para cada uma delas.

O projeto é uma iniciativa de desenvolvimento econômico local fundamentado em 6 pilares da Agenda 2030 da ONU, de acordo com os seguintes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: erradicação da pobreza; igualdade de gênero; trabalho decente e crescimento econômico; redução das desigualdades; consumo e produção responsáveis; e construção de parcerias e meios de implementação.

Matéria realizada no MOPI traz ações fundamentais para o envelhecimento com qualidade de vida

Na última semana o Bom Dia SP / Bom Dia Brasil, programas da Rede Globo, exibiram uma matéria sobre a estimativa de aumento do número de pessoas com demência até 2050 e apresentaram algumas ações fundamentais para um envelhecimento com qualidade de vida. Entre as recomendações estão ciclos ativos de amizade, práticas para a mente e exercícios físicos, como os que os idosos compartilham em núcleos de convivência como o MOPI, local onde foi realizada a gravação.

De aulas de dança à informática, o espaço oferece uma ampla gama de cursos e oficinas gratuitos nas mais diversas áreas, além do disputado baile realizado aos domingos. As frequentadoras compartilharam os benefícios das atividades. “Ajuda de toda forma. Pra ter vitalidade, ajuda na memória e na sociabilidade das pessoas.”, afirmou Heloísa Boaventura. A advogada Olma Rezende, contou sobre sua programação intensa, “Eu faço pilates duas vezes por semana, faço alongamento na sexta-feira, faço ioga duas vezes por semana e comecei a de memória.”.

Criado em 1975, o MOPI – Movimento Pró-Idoso, passou a ser gerido em dezembro de 2017 pela Associação Reciclázaro, com o objetivo de dar continuidade à sua preservação como um espaço de relacionamento e valorização dos idosos.

Confira a matéria completa, que traz algumas atitudes para ajudar a memória e o funcionamento do cérebro: https://globoplay.globo.com/v/7616484/programa

CEFOPEA sedia lançamento do “Reciclar para Capacitar”, programa da Prefeitura

No último dia 24, o CEFOPEA sediou o lançamento do programa Reciclar para Capacitar, da Prefeitura de São Paulo, que oferecerá formação básica para 2120 catadores no município. Realizado por meio da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (AMLURB), o projeto contempla a capacitação ministrada pela Fundação Instituto de Administração (FIA) em onze subprefeituras, além de certificação, auxílio-curso e kit alimentação.

Os cursos Formação Básica de Catadores de Materiais Recicláveis, Princípios Básicos de Marcenaria e Gestão de Cooperativas, além de Empreendimentos Econômicos Solidários, buscam a melhoria da coleta seletiva e da qualidade de vida de pessoas que são fundamentais para o fornecimento deste serviço na cidade.

O evento teve a participação do prefeito Bruno Covas, entre outras autoridades; Eduardo de Paula, coordenador mobilizador do Reciclar para Capacitar e representante do Comitê de Catadores da Cidade de São Paulo; bem como dos integrantes da Associação Reciclázaro, Cido Martins, supervisor-geral, e Camille Carletti, coordenadora de projetos socioambientais.

Catadores de diversas partes de São Paulo estiveram presentes para acompanhar o lançamento da ação, como os cooperados da Vitória do Belém. Segunda cooperativa incubada pela Reciclázaro, esta unidade está sediada no CEFOPEA, centro de educação ambiental construído com tecnologias alternativas onde será ministrado parte dos cursos do projeto em questão.

Além dela, outras nove fazem parte do Programa Coleta Seletiva, da Associação Reciclázaro, que atua na incubação de modelos cooperativos de reciclagem de resíduos, aprimorando e profissionalizando a gestão desses empreendimentos, bem como contribuindo para o desenvolvimento local e a superação da pobreza.

Fotos: Rômulo Henrique Santana

Mulheres de Coragem em Ação

O Dia Internacional da Mulher não é simplesmente uma data comemorativa, mas sim o resultado de uma árdua e inesgotável luta para tentar eliminar o preconceito e a desvalorização da mulher. Atualmente, as mulheres ainda são vítimas da desigualdade salarial, da violência masculina, da jornada excessiva de trabalho e das desvantagens na carreira profissional. Muitas vitórias foram conquistadas, mas ainda existem muitas barreiras a serem vencidas.

A Reciclázaro sempre pautou suas diretrizes, lançando seu olhar e sua atenção às minorias, às populações necessitadas e injustiçadas. Dessa preocupação, nasceu a ideia de se lançar o Desafio “Do negócio à inclusão” em algumas unidades da associação, como uma metodologia de ação grupal e comunitária de desenvolvimento de potenciais e inclusão socioeconômica. Baseado no Tratamento Comunitário, o Desafio visava promover a criação de negócios inclusivos* para a geração de renda, estimulando iniciativas que fossem econômica e ambientalmente sustentáveis. 

Umas das propostas do Desafio é que cada participante, reconhecesse suas capacidades e despertasse sua criatividade, experimentando, errando, criando, participando e, o mais importante de tudo, acreditando! É um convite a sonhar com o direito de realizar.

Sendo assim, o Desafio era apenas o início da realização de um sonho;  o pontapé inicial para desenvolver um empreendimento que gerasse renda.

Na Casa de Marta e Maria, Maria D’Ávila, orientadora socioeducativa da Reciclázaro há 12 anos, desenvolvia cada tarefa do Desafio, juntamente com as conviventes, sempre servindo um cafezinho acompanhado de bolos e salgadinhos. Um dia, uma das participantes sugeriu que elas desenvolvessem um negócio na área alimentícia, pois a probabilidade de retorno era maior.

Cientes do desejo e da necessidade deste grupo de mulheres, a Reciclázaro proporcionou capacitação profissional, doou todo o maquinário e incentivou esse ideia. E foi assim que nasceu o projeto incubado “Padaria Pão de Moça”, que hoje supre toda a demanda de panificação e confeitaria das unidades da associação, além de atender o público.

Motivo de grande orgulho, essas 8 mulheres que compõe esse projeto, criaram, desenvolveram, venceram obstáculos, saíram de uma situação de vulnerabilidade, conquistando sua autonomia e a honra de servir como exemplos de sucesso e empreendedorismo.

*Negócios Inclusivos: iniciativas economicamente rentáveis, e ambiental/socialmente responsáveis, que utilizam os mecanismos do mercado para melhorar a qualidade de vida de pessoas de baixos ingressos.

 

Compartilhamos abaixo o link com a metodologia utilizada e que pode ser replicada gratuitamente :

Redação:

Assiantura-Comunicação-I

 

 

A liberdade de expressão no Brasil

CAPA-MEIO-RGB---28.07.2015

Liberdade de expressão é a garantia assegurada a qualquer indivíduo de se manifestar, buscar e receber ideias e informações de todos os tipos, com ou sem a intervenção de terceiros, por meio de linguagens oral, escrita, artística ou qualquer outro meio de comunicação. O princípio da liberdade de expressão é protegido pela Constituição Brasileira.

É fundamental a existência da democracia e de uma sociedade civil educada e bem informada cujo acesso à informação permita que esta participe da vida pública, fortalecendo as instituições públicas com sua influência. É aí que entra a liberdade de expressão, pois esta proporciona à coletividade uma gama variada de ideias, dados e opiniões livres de censura. Para um povo livre governar a si mesmo, deve ser livre para se exprimir, aberta, pública e repetidamente; de forma oral ou escrita.

No entanto, a liberdade de expressão não é um direito absoluto, o que significa que a manifestação pode descambar para a calúnia, difamação ou injúria, o que pode originar um processo ou resposta em reação à declaração feita.

A constituição brasileira assegura aos cidadãos um amplo acesso à informação a partir de diferentes e variadas fontes, dentro de um ambiente democrático, que garanta as liberdades de expressão e de imprensa.

Porém, muitos movimentos organizados para defender seus próprios direitos ainda são constantemente oprimidos. Na atual conjuntura, a liberdade de expressão não se constitui em um direito pleno que pode ser exercido por todos. Há ainda outro problema em relação ao campo da mídia, (internet, TV, etc.), no qual o país ainda enfrenta defasagem em seu marco regulatório.

A Constituição Federal de 1988 conta com uma legislação infraconstitucional que data de 1962 e, portanto, não responde aos desafios políticos e sociais postos e pela nova realidade social brasileira e, tampouco, atende à inquestionável revolução tecnológica pela qual passou e passa o setor.

Violência contra jornalistas 

Segundo a Federação Nacional dos Jornalistas, três profissionais foram assassinados no ano passado e 129 sofreram agressões. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI) relatou no final de outubro de 2013, que ocorreram pelo menos 98 ataques contra jornalistas durante a cobertura dos protestos que tomaram o país no início de junho. Os abusos incluíram ataques com balas de borracha, cassetetes, spray de pimenta, gás lacrimogêneo, vinagre e pedras; espancamentos, intimidação e destruição de bens; obstrução da cobertura jornalística; e detenções por curtos períodos.

Fonte: Human Rights, Unesco, InfoEscola, ABRAJI, Fenaj

Redação:

Felipe Menezes                                            

Produção realizada em colaboração com a:

logo Eu amo o Brasil II

 

Redução da maioridade penal pode custar até R$ 656 milhões em novas celas

CAPA-MEIO-RGB---24.06.2015

A proposta de redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, em estudo na Câmara dos Deputados, teria um impacto de R$ 655,8 milhões aos cofres públicos apenas com a construção de novas celas. Mesmo assim, o sistema prisional brasileiro continuaria superlotado. O cálculo foi feito com base em dados da SDH (Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República) e do Ministério da Justiça.

A PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 171/93, que prevê a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, está em tramitação em uma comissão especial da Câmara dos Deputados. Dos 27 integrantes da comissão, 20 já se manifestaram a favor do projeto, que ainda precisa ser votado pelo plenário da Câmara e pelo Senado para poder entrar em vigor.

De acordo com a SDH, o Brasil tinha 23.066 jovens entre 12 e 21 anos cumprindo algum tipo de medida socioeducativa em 2013, último ano em relação ao qual o governo tem estatísticas. Desse total, 16.395 entre 16 e 21 anos de idade cumprem medidas de internação e teriam, em tese, de ser enviados a cadeias comuns caso a redução da maioridade penal passasse a vigorar. Atualmente, as unidades destinadas à internação de menores infratores também abrigam jovens entre 18 e 21 anos que cometeram delitos antes de completarem a maioridade penal.

Segundo o Ministério da Justiça, o custo médio para a construção de uma vaga no sistema penitenciário brasileiro é de R$ 40 mil. Multiplicando-se o número de jovens passíveis de irem para a cadeia pelo custo de uma vaga, chega-se ao valor de R$ 655,8 milhões.

De acordo com o último censo carcerário feito pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), divulgado em junho de 2014, o Brasil tem 715,6 mil presos. Desses, 147,9 mil cumprem prisão domiciliar. Como o sistema prisional tem apenas 357,2 mil vagas, o déficit, sem a adição dos adolescentes, é de 210,4 mil vagas.

Com redução da maioridade, sistema pode ter 32 mil presos a mais em 1 ano

Levantamento realizado pelo G1 aponta que cerca de 32 mil adolescentes de 16 e 17 anos deram entrada nas unidades de cumprimento de medidas socioeducativas no país em 2014, após serem apreendidos por infrações de maior gravidade ou com violência. Essa é a quantidade de menores que poderia entrar no sistema prisional brasileiro ao longo de 1 ano caso a redução da maioridade penal seja aprovada no Congresso.

O G1 fez no ano passado um levantamento mostrando que há 200 mil detentos a mais do que o sistema carcerário brasileiro comporta. São 563.723 presos nas penitenciárias do país, mas há, no entanto, 363.520 vagas disponíveis nas unidades.

Fonte: G1, Ministério da Justiça, CNJ, Midiacon

Redação:

Felipe Menezes                                            

Produção realizada em colaboração com a:

logo Eu amo o Brasil II

 

Abolição da Escravatura: Temos o que comemorar ?

Capa MEIO SITE 13.05.15 II
No dia 13 de maio é comemorada a Abolição da Escravatura no Brasil. Embora a escravidão no Brasil tenha sido oficialmente extinta em 13 de maio de 1888, em 1995 o governo brasileiro reconheceu a existência de condições de trabalho análogas à escravidão no território nacional.

Desde a década de 1990, mais de 47 mil trabalhadores submetidos a condições escravas foram resgatados. As jornadas exaustivas e a péssima estrutura em propriedades rurais e em empresas identificavam a situação escrava, segundo levantamento da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo.

Recentemente foram encontradas pessoas em situação escrava em confecções que fornecem para grandes lojas. E é justamente no setor têxtil e na construção que está a maior parte dos trabalhadores em situação degradante no Estado de São Paulo.

Escravidão moderna é a expressão usada para definir relações de trabalho em que pessoas são forçadas a exercer atividades contra sua vontade, sob ameaça de indigência, detenção, violência e inclusive morte.

Segundo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) de 2012, pelo menos 20,9 milhões de pessoas são submetidas a formas modernas de escravidão no mundo.

Uma alternativa para acabar definitivamente com a escravidão moderna no Brasil, mesmo que a longo prazo, é investir em educação. Uma melhor formação garante melhores condições de concorrência no mercado de trabalho. Paralelo a isso, a fiscalização deve ser intensificada. E, além de resgatar os cidadãos explorados, oferecer-lhes opções e condições para conquistar um trabalho digno. Aí então teremos o que comemorar.

Fontes: Nota Positiva, Nova Escola, Bol, Âmbito Jurídico

Redação:

Felipe Menezes                                            

Produção realizada em colaboração com a:

logo Eu amo o Brasil II

Conheça a história do poeta brasileiro João Cabral de Melo Neto

Capa-MEIO-SITE-22.04.15

João Cabral de Melo Neto (1920-1999) nasceu em Recife e é considerado um dos maiores poetas da Geração de 45, assim chamada por rejeitar os “excessos do modernismo” para elaborar uma poesia de rigor formal, construindo uma expressão poética mais disciplinada.

Desde cedo mostrou interesse pela palavra, pela literatura de cordel e almejava ser crítico literário. Conviveu com Manuel Bandeira e Gilberto Freyre, que eram seus primos. Com apenas o curso secundário mudou-se para o Rio de Janeiro e ingressou no funcionalismo público. Três anos depois, através de concurso, mudou-se para o Itamarati, ocupando cargos diplomáticos e morando em várias cidades do mundo, como Londres, Sevilha, Barcelona, Marselha, Berna, Genebra.

Apesar de ser cronologicamente um poeta da Geração de 45, João Cabral seguiu um caminho próprio, recuperando certos traços da poesia de Drummond e Murilo Mendes, como a poesia substantiva e a precisão dos vocábulos, produzindo uma poesia de caráter objetivo numa linguagem sem sentimentalismo e rompendo com a definição de “poesia profunda” utilizada até então. Para o poeta, “a poesia não é fruto de inspiração em razão do sentimento”, mas de transpiração: “fruto do trabalho paciente e lúcido do poeta”.

A primeira obra de João Cabral, Pedra do sono (1945) apresenta uma declinação para a objetividade e imagem surrealista. Já em O engenheiro (1945), percebe-se que o poeta se afasta da linha surrealista, pendendo para a geometrização e exatidão da linguagem, como se ele próprio fosse o engenheiro, economizando as palavras (o material com se constrói) e a objetivação do poema (o propósito do uso do material – a construção terminada).

Nas suas principais obras, como O cão sem plumas (1950), O rio (1954), Quaderna (1960), Morte e vida severina  (1965), A educação da pedra (1966), Museu de tudo (1975), A escola das facas (1980), Poesia crítica (1982), Agrestes (1985) e Andando em Sevilha (1990), o poeta revela uma preocupação com a realidade social, principalmente com a do Nordeste Brasileiro.Livro - Morte e Vida Severina

Morte e vida severina (Auto de natal pernambucano) é a obra mais popular de João Cabral. Nela, o poeta mantém a tradição dos autos medievais, fazendo uso da musicalidade, do ritmo e das redondilhas, recursos que agradam o povo. Ela foi encenada pela primeira vez em 1966 no Teatro da PUC em São Paulo, com música de Chico Buarque. Foi premiada no Brasil e na França e, a partir daí, vem sendo encenada diversas vezes e até adaptada para a televisão.

O poema narra a caminhada do retirante Severino, desde o sertão até sua chegada em Recife e, além das denúncias de certos problemas sociais do Nordeste, constitui uma reflexão sobre a condição humana.

João Cabral é considerado pelos críticos “não apenas um dos maiores poetas sociais, mas um renovador consistente, instigante e original da dicção poética antes, durante e depois dele”. Ele e Graciliano Ramos possuem o mesmo grau ético e artístico, um na poesia, o outro na prosa, que objetiva com precisão uma prática poética comum: deram à paisagem nordestina, com suas diferenças sociais, uma das dimensões estéticas mais fortes, cruéis e indiscutíveis que já se conheceu.

*Com informações do site InfoEscola

Redação:

Felipe Menezes                                            

Produção realizada em colaboração com a:

logo Eu amo o Brasil II

 A